Bullying, você já foi vítima?
09 de agosto de 2019

O termo “bullying” de origem inglesa, é utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por indivíduos caracterizados como Bully ou por um grupo deles, de forma direta ou indireta, seja na escola, na rua, em casa ou no meio virtual.


Embora muitos o identifiquem como aquela velha brincadeira, que sempre existiu, às vezes sem graça, em que pessoas são apelidadas conforme suas particularidades, por serem obesos, muito magros, por terem orelha de abano e etc…., na verdade não é uma brincadeira.


Sem dúvida é um problema mundial presente em todas as escolas e outras instâncias da sociedade, não estando restrito a nenhum tipo especifico de instituição.


O que diferencia uma antiga “zoada” do atual bullying é a intenção daquele, que provoca um colega, de magoar repetidamente e por muito tempo outrem abrangendo comportamentos agressivos, insultos, discriminação e exclusão da vítima. Na maioria das vezes ocorre sem um motivo aparente.


A sua manifestação pode sofrer influência de alguns fatores tais como: o clima escolar, as relações interpessoais entre os alunos e entre professor-aluno, ou desestruturação familiar, falta de relacionamento afetivo, maus tratos físicos e excesso de tolerância.


As manifestações do fenômeno nem sempre são percebidas pelos adultos que, de uma forma equivocada, o associam a brincadeiras infantis. A não identificação das manifestações do bullying pelos professores e pela família pode ocorrer, pois, as crianças evitam expor o problema, por entenderem que nada podem fazer para ajudá-la.


O bullying é muito mais complexo do que se pode imaginar, englobando características diversas, pois, trata-se de uma violência contínua e sufocante, que às vezes aparece mascarada em pequenos atos que comprometem o desenvolvimento da criança, impulsionando-a a desenvolver diversos traumas e bloqueios, os quais repercutem sobre toda a sua vida, acarretando sérias conseqüências ao desenvolvimento psíquico do agredido, gerando desde queda na auto-estima até, em casos mais extremos, o suicídio e o homicídio.


Atualmente convivemos ainda com o CIBERBULLYING, que nada mais é que a versão virtual do bullying, que ocorre na Internet e em outras tecnologias de informação e comunicação móveis e fixas. Essa modalidade vem preocupando especialistas, juristas e educadores, por seu efeito multiplicador do sofrimento das vítimas e pela velocidade em que essas informações são veiculadas, com intuito de maltratar, humilhar ou constranger, sendo uma forma de ataque perverso que extrapola em muito os muros das escolas, ganhando dimensões incalculáveis, sendo elas os conhecidos orkut, msn, blogs, flogs, chats e celulares. Nestes casos, o bullying ocorre através de e-mails, torpedos e/ou scraps, muitas vezes de forma anônima.


A principal diferença do bullying para o ciberbullying está nos métodos e ferramentas utilizadas pelo praticante. Enquanto o bullying ocorre no mundo real, o ciberbullying ocorre no mundo virtual.


Os agentes de bullying, se não tratados por profissionais, têm grande probabilidade de se tornarem adultos com comportamentos anti-sociais e/ou violentos, podendo vir a adotar, inclusive, atitudes delinqüentes ou criminosas.


É importante que os pais dialoguem sempre com seus filhos, orientando-os e participando mais de sua vida escolar e fora dela, estabelecendo limites. É necessário também que os pais estejam mais presentes e atentos ao comportamento de seus filhos, observando qualquer mudança brusca de suas atitudes, sempre ensinando o respeito às diferenças, o que é fundamental.


É preciso ainda saber ouvir o seu filho, sem julgá-lo ou criticá-lo, reforçando os sentimentos de segurança e confiança no ambiente familiar, não ignorando a timidez do filho ou o seu jeito mais gozador, pois ambos precisam de ajuda e acompanhamento.


As escolas devem investir na prevenção, através do esforço permanente de sua equipe procurando sempre incluir nas suas práticas educacionais diárias e atividades extras, temas para discutir com a família e os alunos. Destaca-se a necessidade do preparo dos professores e profissionais especializados para lidarem com o bullying, que interfere no processo educacional, não só dos alunos que o praticam, ou que são vitimas, mas de todos aqueles que convivem no ambiente escolar. A escola necessita ser um ambiente seguro para o desenvolvimento do cidadão.


Importante que o adolescente saiba que o autor do bullying ou cyberbullying, uma vez identificado, não pode e nem deve ficar impune, porque a legislação (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) determina que os menores de 18 anos que praticam atos dessa natureza responderão a procedimento judicial, ficando sujeitos a cumprir medida sócio-educativa proporcional ao ato praticado, equiparado a crime, quer o de injúria, difamação, ameaça constrangimento ilegal, entre outros a depender do caso concreto.


á os pais, podem ser responsabilizados civilmente pelos atos de seus filhos, uma vez que o exercício do poder familiar impõe a obrigação dos pais de educar seus filhos. Sendo que esta responsabilidade será objetiva, ou seja, independerá da existência de culpa dos pais ou responsáveis para existir.


Em alguns casos, até mesmo a escola poderá ser responsabilizada pelo ato praticado por seus alunos, quando estiverem sob os seus cuidados e vigilância. E da mesma forma como ocorre com os pais ou responsáveis, essa responsabilidade independe de comprovação da culpa da escola pelo dano ocasionado à vítima, qual seja, outro aluno ou até mesmo um professor da instituição de ensino.


Vê-se, que somente com o fortalecimento da relação PAIS, ALUNOS e ESCOLA, cada um colaborando dentro de sua competência, haverá resultado no trabalho desenvolvido para coibir as manifestações de violência, cada vez mais comuns em nossa sociedade.


Mister se faz que o espírito de solidariedade e o respeito às desigualdades sejam fomentados entre os jovens, pessoas em desenvolvimento, onde for que se encontrarem, seja em seus lares, nas escolas ou mesmo em ambientes de propícios ao divertimento.


Até a próxima!

 

Gabriela de Moraes Montagnana

Gustavo Antônio de Moraes Montagnana







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